A Cision no Festival Brands Like Bands
Os The Dudes vão participar este sábado, em Lisboa, no Brands Like Bands, “o único festival de bandas de empresas do mundo”. O conjunto composto exclusivamente por trabalhadores da Cision promete muita diversão na capital.
Tudo começou em 2012, a propósito duma das já tradicionais festas de Natal da Cision, líder global de serviços e software para profissionais de comunicação e marketing. O objetivo era divertir e entreter os colegas durante aquela noite, sempre especial para todos os que trabalham na empresa. A missão foi cumprida, com distinção – “fizemos um espetáculo fenomenal”, lembram, entre risos, os elementos da banda – e assim nasceram os The Dudes. Sempre foram oito, mas nem sempre foram estes oito. Pelo caminho, saiu o outro elemento feminino do grupo, deixando Carla como a única esplendorosa rapariga no meio destes sete bons rapazes.
O “bichinho” da música ficou e os The Dudes não mais perderam a ideia de voltarem a tocar juntos. Agora, quatro anos depois, tornam a encontrar-se. O objetivo é o mesmo – diversão – mas o cenário e a responsabilidade são diferentes. Carla, Diogo, Gonçalo (Vozes) Bruno, Pedro (Guitarra), Filipe (Bateria), Tiago (Teclas) e Uriel (Baixo) vão representar a Cision no Brands Like Bands, “o único festival de bandas de empresas do mundo”.
O encontro está marcado para este sábado, 8 de Outubro, no Mercado da Ribeira, em Lisboa. A preparação, essa, já começou há muito. “Estamos a ensaiar desde Abril”, conta Uriel, porta-voz do grupo. Todas as semanas, para os lados de Antanhol, num misto de inspiração e transpiração (o calor no interior do estúdio é sufocante), afinaram-se os pormenores para que tudo corra na perfeição no grande dia. Filipe e Bruno são os únicos “profissionais” – isto é, tocam noutras bandas – e são também os “mentores” dos restantes. “São eles que nos vão ensinando como é que isto se faz, porque todos os outros são mais amadores”, explica Uriel. No final do último ensaio, realizado na passada quarta-feira, tudo estava a postos.
O repertório a apresentar será composto, como habitualmente, por êxitos dos anos 80, dos grandes nomes do pop-rock nacional e internacional. “Tentámos não fugir dessa época, porque todos gostamos da música dos anos 80”, justifica Uriel. As expectativas para sábado passam, acima de tudo, por muita diversão: “Esperamos fundamentalmente divertirmo-nos muito. Esperamos também trazer esta alegria e este convívio às pessoas da Cision, porque durante estes meses todos estivemos fechados sobre nós próprios e falta-nos agora envolver o resto da empresa e o resto das pessoas em torno desta ideia.”
O apoio na capital está garantido. De Coimbra vai partir um autocarro com trabalhadores da empresa e familiares. “Obviamente gostávamos de levar muito mais gente a Lisboa, mas não é fácil deslocar as pessoas”, lamenta Uriel, deixando a promessa de uma futura atuação em Coimbra, para que mais membros da família Cision possam estar presentes. Aos colegas, os The Dudes deixam o convite para estarem presentes no Mercado da Ribeira mas também para que se juntem a eles. “Estamos completamente abertos a qualquer pessoas que se queira juntar a nós. Aliás, o objetivo é, para o ano, sermos 20 pessoas em cima do palco”, conclui Uriel.
O Festival Brands Like Bands, que arrancou no dia 1 de Outubro, prossegue este sábado, a partir das 17H30, no Mercado da Ribeira. A atuação dos The Dudes está prevista para 21H00. O evento tem também fins solidários, uma vez que todas as receitas de bilheteira revertem, integralmente, para a Casa dos Rapazes, uma instituição que acolhe rapazes entre os seis e os 18 anos provenientes de contextos de vulnerabilidade social. A entrada custa três euros, que podem ser substituídos por géneros específicos de igual valor, ou superior.
A cruzada global do calçado português
Análise ao mediatismo alcançado pelas marcas portuguesas de calçado no mundo
Há muito que a indústria de calçado português marca pontos no mercado internacional pela qualidade. Sabem-no bem as grandes marcas internacionais, que confiam há muito a sua produção a fábricas portuguesas no regime de private label.
Para todo o mundo saem das fábricas portuguesas mais de 75 milhões de pares de sapatos, aproximadamente 1,8 mil milhões de euros de exportações (2014).
Nos últimos anos, uma nova geração de industriais de calçado, herdeira das fábricas e da sabedoria dos seus familiares antecessores, uma geração mais arrojada, corajosa e com um outro nível de formação, tem vindo a apostar na criação de marcas próprias de calçado, que começam a fazer furor no mercado de luxo global.
Em apenas seis anos, segundo a APICCAPS (Associação Portuguesa de Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pelo e seus sucedâneos), surgiram mais de 300 novas marcas de calçado.
A capacidade de produção de calçado de qualidade irrepreensível (reconhecido internacionalmente por todos os especialistas do setor) e o investimento em marketing e comunicação (que permite passar esta mensagem aos consumidores finais) são os ingredientes que estão na base no sucesso deste novo fôlego.
Para s maioria destas empresas, o pilar de sustentação financeira continua a ser o private label, mas no seu horizonte e na sua visão está uma marca própria.
Tudo começa na credibilidade conseguida junto dos profissionais do setor, estatuto que se materializa no conceito aceite globalmente de que os sapatos made in Portugal são dos melhores do Mundo. A etiqueta Made in Portugal é a umbrela que tem que servir todo o setor.
Se juntarmos à necessidade de produzir para terceiros em regime de private label (como forma de sustentar financeiramente as fábricas), a comunicação, que passa por passar para o mercado esse conhecimento em nome da marca Made in Portugal, fundamos o alicerce fundamental de comunicação para todas as marcas. Quer isto dizer que tão importante como produzir para a Prada, Dior, Hugo Boss, D&G, etc, é verificar que estas marcas ostentam orgulhosamente a etiqueta made in Portugal, como garantia de qualidade.
Ter uma marca própria só é possível com uma estratégia arrojada de marketing e comunicação. Para além da inovação e conhecimento, que sustentam as empresas industriais modernas, estas são as competências chave para o sucesso desta estratégia.
Sobressair num mercado de 37 bilhões de dólares (mercado do calçado de luxo) é o desafio que se coloca às marcas de calçado portuguesas – para o superar têm que, por um lado, continuar a produzir ao nível que sempre produziram e sabem produzir, e, por outro lado, têm que se munir das melhores competências nas áreas de relação com influenciadores do setor, relação com os líderes de opinião de moda e lifestyle em cada mercado, endorsement, relações públicas e marketing.
Saber qual é o estado da arte em termos de protagonismo mediático global das marcas de sapatos portuguesas foi o desafio que colocámos a nós próprios, recorrendo às nossas ferramentas de pesquisa de informação online em todos os países do mundo, e assim poder servir de ponto de partida, de motivação ou de inspiração, para que as marcas de calçado nacional desafiem o mercado global do calçado de luxo.
Numa pesquisa feita a toda a informação recolhida entre janeiro de 2015 e Abril de 2016 em sites de informação online de 249 países, num total de 107692 sites e mais de 720 milhões de artigos monitorizados, conseguimos identificar um total de 2036 artigos em 86 países com referências a marcas de calçado nacionais.
Fazer entrar no campo do calçado de luxo o maior futebolista do mundo e a única marca portuguesa, globalmente conhecida por todos, é uma associação perfeita, com resultados garantidos em termos de projeção mediática. Quando o objetivo é massificar e dissiminar globalmente uma mensagem, Cristiano Ronaldo é o melhor embaixador do mundo. Assim, naturalmente, a CR Footwear é a marca de calçado português mais falada em todo o mundo, um endorsement perfeito entre a fábrica de Guimarães Portugal Footwear e Cristiano Ronaldo.
No sentido oposto à estratégia de afirmação da marca made in Portugal como sinónimo de qualidade no mundo do calçado, a Fly London, talvez por ser uma marca mais antiga e por isso mais discreta, apostou em esconder a sua origem portuguesa para se posicionar no mercado como uma marca inglesa, e deve o seu sucesso neste mercado à forma dissimulada como aí conseguiu entrar. Conjugando a qualidade do calçado nacional com uma marca assumidamente londrina, a Fly London é um símbolo de sucesso, utilizando uma estratégia diferente da que aqui venho falando. O que é certo é que é uma das marcas portuguesas mais mediáticas no estrangeiro.
Estados Unidos, Espanha, Inglaterra, Alemanha e Brasil, são alguns dos mercados em que o calçado português tem mais expressão mediática, e a marca Cristiano Ronaldo Footwear a única que consegue uma expressão mediática global em praticamente todos os países.
Destaque, mais uma vez, para a Fly London, marca que consegue ter uma posição hegemónica em termos mediáticos em países como os Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Canadá e Turquia; ainda para a Josefinas que lidera na Suécia; para a Guara líder no Brasil, na Venezuela e na Roménia e para a NoBrand que, mesmo não sendo líder na Alemanha, ocupa a segunda posição em termos de mediatismo.
Apesar de ser inquestionável que nos últimos anos têm sido dados passos gigantes na promoção do calçado português em todo o mundo, o panorama mediático das marcas do setor é frouxo e revela alguma timidez, na medida em que em termos de volume são poucas as marcas que têm uma presença mediática global satisfatória.
É necessário fazer mais no sentido de (proactivamente) criar oportunidades de comunicação, através dos media, dos bloguers ou outros influenciadores em cada mercado. É precisamente esse o desafio que deixamos às marcas com este trabalho exploratório inicial que resolvemos fazer na presente edição da Marketeer.
Publicado originalmente na Revista Marketeer de Maio de 2016
Novos media ou media tradicionais? O lugar da política num paradigma da comunicação em mudança
Assume-se hoje como um dado adquirido que, para terem sucesso e conseguirem operar de modo mais eficaz nos respectivos mercados, as empresas precisam monitorizar e avaliar o que os seus públicos dizem acerca dos seus bens e serviços para, mediante isso, (re) definir as suas estratégias e operar as mudanças que considerem necessárias. Acompanhar o que está a ser referido e o clima de opinião prevalecente na Web são traços distintivos de uma comunicação institucional eficaz que procura acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos e que, em suma, tende a encarar os procedimentos associados com o mundo analógico como algo insuficiente.
Ora, todos esses desafios também se colocam a outro tipo de instituições que não têm como principal objectivo a obtenção do lucro, como as organizações políticas (governos, partidos, sindicatos, entre outras). Essas entidades começam, se bem que ainda de maneira um pouco incipiente, a ganhar consciência que os media tradicionais (TV, imprensa e rádio) não são os únicos veículos de comunicação entre os cidadãos e os seus representantes. Se as pessoas estão cada vez mais na rede, não há motivo para que os políticos também não estejam…
Com alguns passos que começaram a ser dados no fim da década de 1990 nos EUA, foi fundamentalmente a partir de 2004, com a campanha para a nomeação democrata de Howard Dean, que se assistiu a uma exploração mais significativa das potencialidades da Internet ao serviço da política. Aí, tal como se verificou depois nas eleições intercalares de 2006, os candidatos recorreram à Web para acções de recolha de fundos, blogosfera, criação de comunidades online, realização de vídeos e clips áudio. Por exemplo, Hilary Clinton anunciou a sua primeira candidatura presidencial através de um vídeo disponibilizado no seu site.
Mas, em primeira instância, podemos questionar-nos acerca das novas possibilidades que a comunicação digital assegura neste contexto de reconfiguração da esfera pública. Desde logo, o princípio do fim da comunicação unidireccional, que durante décadas marcou o paradigma da comunicação de massas (como a televisão), e o princípio da comunicação não mediada, ou seja, longe da intervenção dos jornalistas, garantindo um maior diálogo e proximidade com os eleitores. Isto sem esquecer os custos: uma campanha digital é significativamente mais barata, oferecendo aos candidatos com menos recursos outras ferramentas para conquistar reconhecimento público. Ainda para mais com os custos das campanhas a subirem exponencialmente ao longo dos anos e com diferentes estudos a apontarem que entre 70 a 80 por cento dos orçamentos de campanha nos EUA a serem alocados para a compra de espaços de antena televisivo nos canais de âmbito estadual e nacional.
Falando ainda do caso americano, a campanha presidencial de Barack Obama, em 2008, foi detalhadamente pensada observando a ascensão das redes sociais. Definiu- se a campanha Obama Everywhere, que envolveu 16 redes sociais e permitiu ao candidato afro-americano juntar 500 milhões de dólares em donativos. Havia mais de 500 grupos de Obama no Facebook, onde se discutiam as suas ideias, eram colocadas fotografias suas e notícias do candidato. Verificou-se uma migração dessas redes sociais para os sites das candidaturas. No de Obama, os visitantes podiam criar o seu próprio perfil, conectar-se aos seus amigos e juntar-se a grupos tal como fariam num site de outra natureza. A mobilização e a participação foi grande, a que não é alheia o momento e a especificidade dessa eleição, mas parte do sucesso dessa candidatura deve-se ao facto de se tratar de uma campanha digital feita em ligação com a restante. Nem todos estão na Internet nem sequer estão presentes nas redes sociais. Os media tradicionais continuam a ter um peso importante. Veja-se que, nesse ano, a Internet tornou-se a terceira fonte de informação política, depois da televisão e dos jornais, ultrapassando a rádio, e 74 por cento dos utilizadores da Internet (mais de metade da população) usou a Web para se informar sobre a campanha.
E em Portugal? Se já era visível uma utilização, ainda que tímida, das potencialidades do digital em campanhas eleitorais nos anos de 2005 e 2006 (como os blogues e em que houve situações que se procurou denegrir a imagem de alguns candidatos), houve um certo fascínio com o fenómeno Obama do outro lado do Atlântico. A campanha de José Sócrates, em 2009, foi feita em colaboração com a mesma agência de comunicação que trabalhou com o presidente americano, embora sem os resultados esperados. Desapareceu aos poucos de cena, porque as pessoas não estavam envolvidas do mesmo modo nessa campanha. Em boa medida, apesar de uma crescente consciencialização do papel social das ferramentas da Web e das redes sociais, não se desenvolveu uma dinâmica por parte dos portugueses que estavam na rede de forma a se concentrarem de modo muito evidente num dos projectos políticos, determinando uma clara vitória eleitoral.
Quanto às legislativas de 2011, os estudos tendem a reforçar a ideia que a Internet se está a assumir como um importante meio no qual os cidadãos obtêm a informação acerca dos episódios da campanha, não obstante a televisão continuar aí a assumir a liderança. Uma das grandes tendências é a partilha de notícias e outros conteúdos pelos amigos e pelos candidatos nas redes sociais, como o Facebook. Nesse ano, o Facebook, o Twitter e os RSS (feeds) foram os new media privilegiados para fins de campanha eleitoral dos cinco grandes partidos/coligações nacionais. Contudo, apesar desta abertura a uma certa ideia de modernidade, verificam-se ainda lacunas quanto ao uso destas ferramentas. Pelo menos dois tipos de problemas tendem a persistir. Um deles remete para a questão da interactividade. A intervenção pessoal dos candidatos foi pouco frequente e são manifestamente esporádicas as situações em que os líderes usavam a rede para interagir com os eleitores. A pouca interacção verificada cabia basicamente a grupos de voluntários. E, em segundo lugar, a quase ausência de material eleitoral (vídeos, clips áudio, …) dirigido especificamente para os sites e as redes sociais dessas candidaturas, tornando-se elas, em última instância, um mero repositório de conteúdos disseminados nos meios de comunicação tradicionais (TV, imprensa e rádio).
Quanto às eleições presidenciais de 2016, o peso do digital também se fez sentir. Um estudo da Cision avaliou a presença dos candidatos nos media e nas redes sociais durante a primeira semana de campanha eleitoral (10 a 17 de Janeiro). Marcelo Rebelo de Sousa foi o candidato que, através dos meios de comunicação social, maior impacto conseguiu junto do público. O agora chefe de Estado foi protagonista em 23,9 por cento do impacto mediático total registado pelos candidatos no decurso dessa semana. Em segundo lugar, em termos de protagonismo, ficou Sampaio da Nóvoa (18,9 por cento), seguido de Maria de Belém Roseira (18 por cento). No que toca às redes sociais, o estudo da Cision apurou que foi Maria de Belém Roseira quem esteve em maior destaque nesse intervalo de tempo, registando 22,8 por cento do total de referências espontâneas produzidas pelo público relativamente aos diferentes candidatos. Nesta área dos social media, o segundo candidato com maior impacto foi Sampaio da Nóvoa, com 22,4 por cento, surgindo logo a seguir Marcelo Rebelo de Sousa (15,9 por cento).
Esse acto eleitoral evidenciou uma clara aposta nas redes sociais pelas diferentes candidaturas, não apenas o Facebook e Twitter, mas igualmente o Instagram, o YouTube e Google+. Em particular, neste tipo de eleições, Sampaio da Nóvoa inaugurou a utilização de aplicações móveis. Já Marcelo Rebelo de Sousa, beneficiando de uma crescente notoriedade conquistada ao longo dos anos na qualidade de comentador televisivo, dispensou os outdoors, deu pouca importância às redes sociais mas apostou numa app para se aproximar dos eleitores. A candidatura de Sampaio da Nóvoa foi a que teve mais contas abertas nas redes sociais e a aplicação móvel, disponível para Android e iOs, foi descarregada mais de 500 vezes e gerou mais pageviews do que o site. A app foi concebida por voluntários, desde logo designers e programadores. Também Rebelo de Sousa apostou num site e numa aplicação móvel, disponível para o sistema operativo Android e iOs. E, mais uma vez, é de salientar o trabalho de todos os voluntários no desenvolvimento dessas ferramentas.
Fora do contexto das eleições, é interessante perceber a percepção que a classe política portuguesa tem dos media enquanto veículos de comunicação. O inquérito “O Uso das Plataformas Online”, coordenado em 2014 pelo politólogo André Freire, revela que 61 por cento dos deputados questionados atribuíam uma importância significativa à Internet e às redes socais e apenas 1 por cento disseram não ver interesse nesses meios. Em todo o caso, o certo é que, mesmo não sabendo exactamente qual a influência do meio digital na decisão de voto, já nenhum político o dispensa. Ainda sobre esse inquérito, é de salientar uma outra posição. Quanto à perda de preponderância da televisão relativamente aos meios online é apresentada uma divisão perfeita: metade afirma estar a acontecer, a outra metade refere o contrário.
Apesar dessas percepções, dir-se-ia que estamos num momento de viragem no que diz respeito ao modo como aderimos e usamos a informação. No estudo «Consumos de Media 2015», desenvolvido pela Entidade Reguladora da Comunicação (ERC), é apontado que a televisão continua a ser ainda um meio dominante, sendo que 70 por cento dos portugueses são consumidores de notícias por via da televisão, seguido dos jornais impressos e das redes sociais. Mais de metade dos portugueses acedem à Internet para ler jornais e revistas, privilegiando cada vez mais os smartphones como suportes para navegar na rede. As redes socais revelam-se muito importantes no consumo de notícias, onde 80 por cento dos que têm acesso à internet usam os social media e 35 por cento fazem-no igualmente para consultarem aqui as notícias. Para os mais jovens, depois da televisão, as redes sociais são a sua segunda fonte de informação. O Facebook (estima-se que haja em Portugal 5,6 milhões de utilizadores) é a rede preferida para 83 por cento da população. Em resumo, os hábitos de consumo mediático estão a mudar: cada um vê o que quer, quando e onde quiser e com um ritmo próprio, rompendo com ideias associadas a um período analógico. A convergência de tecnologias e produsers são apenas alguns exemplos de expressões que marcam a era digital.
Ainda assim, nem todos partilham a convicção de um «ciberoptimismo». É certo que há espaço para que outras vozes se expressem na rede, mas os problemas de concentração também existem na Internet. Muitos conteúdos políticos têm baixas percentagens de tráfego, ao contrário dos sites mais conhecidos que acabam por receber valores mais elevados. Importa também salientar que não é a tecnologia, por si só, que vai garantir um envolvimento dos cidadãos na vida política. Há cada vez mais evidências que atestam que os indivíduos politicamente desinteressados não passarão ao estatuto de activistas políticos em função das novas tecnologias. As questões são mais complexas e não é o digital que assegura a resolução desse tipo de problemas.
Para terminar, perante o peso que a televisão assume no nosso quotidiano e uma crescente conexão na rede, do ponto de vista político a palavra de ordem parece ser complementaridade: os líderes, que procuram influenciar os cidadãos, não podem dispensar o 2.0 (afinal muitos estão ligados à Internet durante grande parte do seu tempo) nem deixar de comunicar com os eleitores por via dos media tradicionais (televisão, rádio e imprensa). Não se pode esquecer os que não sabem manusear essas tecnologias ou que não querem estar ligados à rede. Saber comunicar, mesmo em política, é importantíssimo. Se isso é suficiente para alcançar o sucesso, já é outra questão…
Sugestão de Leitura:
7º SOPCOM (2011)
Cádima, F.R. (2010). Política, net e cultura participativa. Media & Jornalismo, 17(9), 195-207.
Chadwick, A. & Howard, P.N. (eds.) (2008). The Routledge Handbook of Internet Politics. New York: Routledge.
Hindman, M. (2009). The Myth of Digital Democracy. New Jersey: Princeton University Press.
Norris, P. (2002). Democratic Phoenix: Reinventing Political Activism. Cambridge: Cambridge University Press.
Pinto, M.C. (2016). “Campanha 2.0: pode o online “eleger” o Presidente? Acesso: 28/04/2016.
Marcelo: quando a vitória se conquista antes da Campanha Eleitoral – Estudo LLORENTE & CUENCA em parceria com a Cision
Portugal assistiu, no passado mês de janeiro, a uma campanha eleitoral atípica por parte do candidato vencedor, que constitui um case study para o marketing político. Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República eleito, fez uma campanha minimalista, com apenas dois assessores e um orçamento de 157 mil euros, e conseguiu que a sua reputação, consolidada ao longo de 40 anos de presença em meios de comunicação social, fosse a principal vencedora desta volta. Neste artigo analisamos o processo de construção da marca pública do político, os dados mais relevantes da campanha para as eleições Presidenciais de 24 de janeiro (nos media e nas redes sociais) e as novas tendências das campanhas eleitorais.
Para saber mais sobre o estudo da autoria de Carlos Ruiz (cruiz@llorenteycuenca.com) e Daniela Oliveira (doliveira@llorenteycuenca.com), ambos da LLORENTE & CUENCA, um trabalho elaborado em parceria com a CISION no qual foi analisado o impacto da comunicação e da cobertura mediática dos vários candidatos e o “fenómeno” da vitória de Marcelo Rebelo de Sousa, consultem o link da página d+i – Desenvolvendo ideias da LLORENTE & CUENCA.
Descarregue a versão PDF integral do estudo.
A história da monitorização online da Cision
Sabia que a monitorização de Internet de todo o grupo CISION é feita em Portugal? Que milhares de clientes da CISION espalhados por todo o mundo acedem diariamente a conteúdo gerado em Portugal? Uma surpresa apenas para quem não conhece o projecto Wise.
Como tudo começou?
O WISE (acrónimo de Web Intelligence Search Engine) surgiu no final do ano de 2007. A monitorização web era feita utilizando software comprado especificamente para o efeito e instalado no datacenter da CISION, na Suécia. Com esta plataforma, alguns escritórios da CISION na Europa, Portugal incluído, conseguiam monitorizar, de forma independente, um conjunto seleccionado de websites. Devido à complexidade e falta de investimento neste projecto, o grupo CISION decidiu abandonar esta plataforma e cada escritório contratou um fornecedor de conteúdos de Internet para os seus clientes. E é desta decisão que nasce um novo projecto em Portugal que viria a tornar-se um dos melhores motores de monitorização web do mundo.
Todos os escritórios da CISION, exceto Portugal, optaram por comprar o conteúdo web a empresas especializadas em monitorização web (NMI, Moreover,…). Em Portugal, a opção foi aproveitar a plataforma abandonada pelo grupo e, utilizando recursos internos, criar uma solução de monitorização que permitisse manter e possivelmente expandir este serviço. E assim, depois da transferência de alguns gigabytes de informação, de milhares de linhas de código espalhadas por várias aplicações distintas e da criação de várias bases de dados, começou a formar-se a uma nova plataforma que teve como objectivo inicial dar continuidade à monitorização de um conjunto de websites portugueses para os clientes nacionais. Com este objectivo atingido a CISION Portugal era agora proprietária de uma aplicação que permitia monitorizar conteúdo Internet. Mais do que isso, tinha o conhecimento necessário para conseguir escalar esta monitorização a todo o mundo. O primeiro passo foi a criação de um nome para este novo projecto e é assim que surge o WISE.
2007
- Captura e exportação de conteúdos noticiosos em cerca de 300 websites portugueses.
- Indexação e pesquisa de informação de forma instantânea utilizando palavras-chave e com recurso a operadores boleanos.
- Suporta qualquer tipo de caracteres: Chinês, Japonês, Árabe, Russo, Grego
- Permite ainda filtrar o conteúdo por país, idioma, assuntos ou publicações
- O resultado final é conteúdo filtrado de acordo com os critérios definidos previamente com cada cliente.
- Informação facilmente exportada para o portal de clientes da CISION (CisionPoint) ou integrada em qualquer outro sistema externo devido à utilização de outra ferramenta criada pela CISION Portugal, o DataHub*.
- Possibilita entregar a qualquer cliente o resultado de uma monitorização personalizada de forma quase automática.
Os primeiros desafios
Nada melhor para começar a testar as capacidades do WISE do que ter alguns dos maiores clientes do grupo CISION. Marcas como Nokia, Kodak, Ericsson, Barco, Microsoft, Rezidor foram dos primeiros clientes do WISE. Esta fase de consolidação do projecto exigiu um grande esforço por parte da CISION Portugal pois cada uma destas marcas necessitava de monitorizar um conjunto de websites (que poderiam ser centenas ou mesmo alguns milhares) espalhados por vários países. Este processo exigiu várias semanas de trabalho intensivo e recursos da empresa de modo a conseguir atingir as expetativas. Nesta altura houve um crescimento exponencial do número de publicações monitorizados pelo sistema e o WISE começava a ficar com uma base de dados que incluía os principais websites a nível mundial. De salientar que estes clientes pertenciam a outros escritórios da CISION na Europa e estavam de alguma forma descontentes com a monitorização web das empresas que forneciam este serviço e dispostos a testar outras soluções. Ou seja, a monitorização WISE foi comparada com os outros fornecedores. As boas indicações deixadas nestes testes iniciais aliadas a um feedback positivo por parte dos clientes permitiu que a lista de clientes fosse aumentado e o WISE foi sendo escolhido cada vez com mais regularidade para o fornecimento de monitorização web. Com cada novo cliente era necessária a configuração de um conjunto de websites requeridos e nos primeiros meses de funcionamento a base de sources monitorizadas foi sempre aumentando tornando a ferramenta cada vez mais complexa mas também mais forte. Paralelamente ao processo de configuração destes clientes internacionais, a CISION Portugal continuava a usar o sistema WISE para os seus próprios clientes adicionado também dezenas de novos websites portugueses na monitorização contribuindo também para o WISE ser provavelmente o melhor motor de monitorização a nível nacional.
Em 2009, e na sequência dos bons resultados obtidos pelos WISE e da sua cada vez maior base de dados de monitorização mundial, o escritório da Cision em Inglaterra decide começar a usar o WISE em todos os seus clientes substituindo o seu fornecedor atual. De uma só vez centenas de novos clientes foram adicionados. Ao mesmo tempo, foi necessário adicionar milhares de novos websites que eram monitorizados pelo fornecedor anterior de forma a conseguir um serviço equivalente ao existente.
O crescimento desta ferramenta criada há cerca de 2 anos não parava, a exigência e responsabilidade crescia diariamente mas a confiança da CISION Portugal no sistema permitia que o esforço da equipa do WISE fosse dando frutos e estando ao nível exigido. Por esta altura a base de dados de sources tinha um número que rondava os 30 mil websites sendo cada vez mais difícil a sua gestão. Foram sendo criadas diversas ferramentas de monitorização do sistema e o próprio processo de configuração de websites foi melhorado de modo a otimizar os recursos da equipa.
Uma referência na monitorização web
A reputação do WISE estava em alta e era reconhecido por todos os escritórios da CISION na Europa. As capacidades aumentavam diariamente e novas funcionalidades eram adicionadas no sistema. Devido ao arquivo de informação que foi sendo criado com todo o conteúdo capturado ao longo destes anos, tinha também a capacidade de fazer pesquisas nesse arquivo sendo mais um fator que nos diferenciava dos outros fornecedores.
A consolidação deste projecto a nível europeu deu-se em 2010 quando o grupo decidiu que todos os escritórios da CISION na Europa passariam a usar o WISE para fornecimento de conteúdo web aos seus clientes. Nesta altura foi necessária a configuração de cerca de 1500 novos clientes no WISE provenientes de vários escritórios. Grande parte desses clientes pertencia ao escritório da Finlândia que trazia dificuldades acrescidas de monitorização devido às complexidades do idioma. Foi apenas mais um desafio dos vários que foram sendo ultrapassados ao longo deste processo. Além do desenvolvimento e crescimento do sistema, a própria equipa do WISE teve uma grande capacidade de adaptação aos diversos passos e processos de integração de novos clientes e websites de vários países. Gerir websites em chinês, configurar uma pesquisa em finlandês e de seguida responder a um email em inglês eram apenas tarefas de rotina para os elementos da equipa devido à elevada experiência e conhecimento que detinham nesta altura.
As capacidades do WISE foram reconhecidas não apenas dentro do grupo CISION mas também por empresas concorrentes. Ao longo dos anos o WISE forneceu também conteúdos web para outras empresas da área de monitorização. Foram desenvolvidos mecanismos que permitiam exportar conteúdo filtrado ou não filtrado. Esse conteúdo era depois importado para os clientes e para os portais e sistemas internos dessas companhias. Desta forma o WISE tornava-se assim uma referência a nível mundial e com provas dadas em vários países.
Um dos melhores do mundo
Mais tarde o WISE foi também integrado na monitorização dos clientes norte americanos começando a trabalhar mais de perto com os escritórios da CISION nos Estados Unidos.
Foi um processo moroso onde mais uma vez houve um esforço enorme de adição de novas sources para conseguirmos estar à altura deste novo desafio. As expetativas eram altas e os objetivos bastante ambiciosos. Usar o conteúdo do WISE para milhares de novas pesquisas no mercado americano seria sem dúvida a cereja no topo do bolo deste projecto nascido em Portugal. Para se conseguir ultrapassar mais este degrau, a equipa do WISE teve “apenas” de duplicar o número de sources monitorizadas. A base de dados continha cerca de 40 000 websites e no fim desta fase passou a barreira dos 80 000. Apenas este número já demonstra o empenhamento que houve para o sucesso de mais esta tarefa. Foram necessários alguns meses mas o esforço foi recompensado e o WISE passou também a ser o fornecedor de conteúdos web para os escritórios da CISION nos Estados Unidos, o maior mercado do mundo. Durante esses meses o conteúdo foi comparado minuciosamente pelos analistas americanos de modo a se certificarem que a utilização do WISE em vez do antigo fornecedor não trazia qualquer risco para os seus clientes. Este processo de análise teve resultados positivos e permitiu também que o WISE fosse comparado com algumas das melhores empresas do mundo na monitorização web. E os resultados dessas comparações foram sempre positivos para o WISE, ou seja, em casos de clientes reais, o WISE consegue disponibilizar a mesma ou mais quantidade de informação do que os outros fornecedores existentes no mercado.
Oito anos depois
Atualmente o WISE continua a ser utilizado em todo o grupo CISION e também em algumas empresas externas. É otimizado continuamente de modo a garantir a qualidade de serviço exigida pelos clientes da CISION e várias adaptações são feitas de modo a ir de encontro às necessidades atuais. Devido à enorme quantidade de clientes que utilizam o conteúdo gerado pelo WISE, o sistema é necessariamente avaliado todos os dias. Não só avaliado, como periodicamente, e de modo a garantir a qualidade da informação, analistas fazem comparações de conteúdo entre WISE e outras ferramentas de monitorização web.
A equipa do WISE trabalha diariamente com pessoas de várias nacionalidades respondendo às diversas solicitações e pedidos de suporte. Os desafios diários passam por manter a base de dados atualizada, que neste momento já ultrapassa os 100 000 websites. Todas estas sources permitem gerar cerca de 2M de artigos diários que são indexados e exportados para todo o mundo. O tratamento de toda esta informação exige grandes capacidades de processamento e armazenamento que são totalmente geridos pela equipa de IT da CISION Portugal.
Paralelamente, e aproveitando o conhecimento e estrutura do WISE, foram desenvolvidos outros projetos relacionados com monitorização. Um desses exemplos, é o CISION Social Media, uma ferramenta que permite fazer a monitorização em tempo real de várias redes sociais. É através desta plataforma que é feita a monitorização e análise de Social Media na Cision Portugal. Tal como o WISE teve uma boa aceitação e é também utilizada por outros escritórios da CISION na Europa.
Internet, um desafio constante
Os desafios para o futuro são ilimitados. A Internet está em constante mutação e uma ferramenta como o WISE terá necessariamente que continuar a acompanhar as diferentes atualizações tecnológicas na forma como os websites são construídos. A adoção de capacidades de monitorização de conteúdos Multimédia será essencial para fornecer um serviço ainda mais versátil.
Mostrando sempre uma dinâmica de evolução e desenvolvimento, a equipa WISE irá lançar brevemente novos produtos específicos para monitorização de Blogs e também Fóruns/Discussões Online que serão certamente uma mais valia para os clientes.
A quantidade de informação gerada é enorme e por isso, aliado à monitorização de conteúdos, torna-se essencial conseguir gerir toda esta informação criando uma ferramenta com a capacidade de filtrar apenas o que é realmente importante.
Com o crescimento dos Social Media cada vez mais a importância/relevância da informação é também medida pela influência que esta tem nos leitores e ter a capacidade de monitorizar, juntamente com o conteúdo, as interações dos utilizadores em cada meio de comunicação é algo que também passa pelo futuro deste projeto.
Continuar a servir os clientes com a mesma qualidade conseguida ao longo destes oito anos permitirá manter o projecto WISE como um dos melhores do mundo na área de monitorização web.
Saiba mais sobre os serviços de monitorização online da Cision
* Plataforma DATAHUB: tem a capacidade de receber conteúdos noticiosos em vários formatos diferentes fazendo a integração com o sistema final, ou seja, a plataforma onde o cliente visualiza a informação (portal web, servidor de FTP, feed RSS,…). Permite ainda fazer controlo de qualidade (QC), ou seja, escolher manualmente quais os artigos que interessam ao cliente deixando de fora conteúdo considerado irrelevante pelos analistas.
O “amor” e o “sexo” na comunicação social
A relevância dada às palavras “amor” e “sexo” nos conteúdos noticiosos produzidos e divulgados nos media em Portugal foi a pergunta que marcou o ponto de partida para um dos últimos estudos da Cision Portugal.
Nesta análise tentámos perceber qual o verdadeiro destaque dado pelos media portugueses aos temas “amor” e “sexo”, tendo em conta os conteúdos noticiosos gerados e associados a cada um deles. E a principal conclusão do estudo seria, para muitos, uma surpresa. Este grupo de onde me incluo, totalmente imprevisível, na medida em que à partida diria que o resultado esperado ser ser a de que nem tudo o que a de que os media falam muito mais de “amor” do que de “sexo”.
A Cision registou, desde o dia 1 de janeiro de 2015, 109.740 artigos com a referência à palavra “amor”, nos meios de comunicação social portugueses. Já em relação à palavra “sexo”, o total de artigos registado fica-se pelos 42.043. Ou seja, aproximadamente 72% do total de artigos devolvidos nesta pesquisa falavam de amor e apenas 28% abordavam, de alguma forma, o tema sexo. Mas em que situações é mais frequentemente utilizada cada uma destas duas palavras?
Através de uma tecnologia inovadora de text data mining , que permite extrair informação qualitativa relevante de textos informativos, a Cision identificou ainda as dez palavras que mais vezes estão presentes nos conteúdos que desenvolvem os temas “amor” e “sexo” divulgados pelos media portugueses. Relativamente ao tema “amor”, as palavras “música” e “mulher” são as que mais vezes aparecem associadas ao nível de conteúdos noticiosos gerados. Curiosamente, a palavra “mulher” é também a palavra que mais vezes aparece nos conteúdos quanto o tema é “sexo”, seguida pela palavra “estudo”, que se explica pela utilização da palavra na segmentação demográfica de sondagens e outros estudos. Palavras como “família”, “cinema” e “corpo” são ainda comuns a “amor” e “sexo”, estando, em ambos os casos, dentro do top destas duas temáticas. Outro facto curioso é o de que, ao falar-se de “amor” nos media, é frequente encontrar associadas as palavras “pai” e “mãe” aos conteúdos. Já ao falar-se de “sexo”, as palavras “casamento” e “relações” estão entre as mais presentes nos artigos divulgados.
Numa pesquisa realizada paralelamente, nos media de 30 países, espalhados um pouco por todo o globo, e cujos meios online são amplamente monitorizados pela Cision, as conclusões parecem confirmar as conclusões registadas no caso português. A tendência generalizada é que o “amor” supere o “sexo” nos media. Com as palavras a serem pesquisadas nas diversas línguas dos países analisados, observa-se que a palavra “amor” está presente em maior número de artigos noticiosos produzidos pelos meios de informação analisados.
Após análise da informação recolhida nos media online de países como o Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, China, Japão, Índia, Brasil, Austrália, Rússia, entre outros, esta visão, aparentemente mais “romântica” dos conteúdos noticiosos divulgados pelos media, parece ganhar forma ao perceber-se que, dos mais de 16 milhões de artigos recolhidos com referências a “amor” e a “sexo”, mais de 12 milhões são precisamente sobre o “amor”, sendo os restantes sobre “sexo”.
O objeto de análise deste estudo, realizado pela Cision – líder global em serviços de media intelligence – foram todas as notícias com referência às palavras amor e sexo, veiculadas no espaço editorial português, em mais de 2000 meios de comunicação social (televisão, rádio, online e imprensa).
Foram ainda encontrados 16.540.206 artigos nos media online de 30 países previamente selecionados, com as palavras “amor” e “sexo” traduzidas para as respetivas línguas oficiais. Esta informação foi recolhida pelo sistema de monitorização global da Cision que analisa diariamente mais de 85.000 sites de informação online em todo o mundo.
O período destas pesquisas foi o período decorrido entre dos dias 1 de janeiro e 27 de outubro 2015.