RTP África e futuro canal do Conhecimento na TDT

Nuno Artur Silva, secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, avançou, na passada segunda-feira, a decisão por parte do Governo de ir ao encontro da sugestão feita pelo Parlamento de incluir dois canais públicos na TDT, a RTP África e um canal do Conhecimento.

Este anúncio foi feito na audição conjunta das comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e de Cultura e Comunicação, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2021. “De facto, o que nós fizemos foi seguir no fundo a decisão da Assembleia que propunha que os dois canais disponíveis no primeiro MUX da televisão digital terrestre ficassem no serviço público da RTP”, referiu Nuno Artur Silva. “Portanto, nós seguimos essa recomendação e vamos proceder à decisão de atribuir esses dois canais livres ao canal RTP áfrica e a um canal do Conhecimento”, acrescentou.

Relativamente ao canal RTP África, o secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media referiu que “este vai contribuir para uma melhor inclusão das comunidades afrodescendentes em Portugal e reforçará também a ligação entre Portugal e os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa”, e que “será um canal que servirá também para incrementar o panorama cultural português e reforçar a de política da língua, reforçar a divulgação. Parece-nos essencial, do ponto de vista da inclusão social face às comunidades de afrodescendentes em Portugal”. Como este canal já existe, os custos previstos para a sua inclusão na TDT “serão bastante pequenos e perfeitamente comportáveis dentro do orçamento da RTP para este ano”.

Quanto ao futuro canal do Conhecimento, Nuno Artur Silva avançou que este “é um projeto que obviamente carecerá de desenvolvimento”, que será criado “um grupo de trabalho para [o] desenvolver, que incluirá diferentes parceiros”, sendo certo que será “articulado e desenvolvido com a contribuição das universidades”.

Atualmente a TDT disponibiliza seis canais nacionais – RTP1, RTP2, RTP3, RTP Memória, SIC e TVI – dois canais autonómicos – a RTP Açores, na Região Autónoma dos Açores, e a RTP Madeira, na Região Autónoma da Madeira –  e um canal do terceiro setor – a ARTV, canal da Assembleia da República.

Alterações na direção editorial das marcas Global Media

O Conselho de Administração do Global Media Group anunciou, esta segunda-feira, mudanças na estrutura editorial das marcas do grupo, nomeadamente na TSF, Jornal de Notícias (JN), Diário de Notícias (DN), Dinheiro Vivo e Volta ao Mundo.

Domingos de Andrade, que passou a integrar a administração do grupo, no final de setembro, deixa a direção editorial do JN, para se tornar diretor-geral editorial e diretor da rádio TSF.

Inês Cardoso passa de diretora-adjunta a diretora do JN.

Rosália Amorim deixa a direção do Dinheiro Vivo, para assumir a direção do DN.

Pedro Ivo Carvalho torna-se diretor da revista Volta ao Mundo, acumulando com a direção-adjunta do JN.

Joana Petiz sobe da subdireção para a direção editorial do Dinheiro Vivo.

Manuel Molinos assume o cargo de diretor para o Digital, em acumulação com o cargo de diretor-adjunto do JN.

De acordo com o Conselho de Administração, estas alterações, divulgadas, também, pelos meios do próprio grupo, como na TSF e JN, “visam criar uma estrutura mais leve e ágil, com uma visão integrada das diferentes plataformas, capaz de liderar um processo de mudança que assegure a entrada numa nova fase do grupo, com um projeto de crescimento e de futuro”.

NiT apresenta revista digital New in Seixal

Lançado a 5 de novembro e produzido pela redação da NiT, a New in Seixal é uma revista digital de lifestyle, dirigida aos residentes daquele concelho, onde são disponibilizadas todas as novidades em áreas tão diversas como restaurantes, hotéis, lojas e jardins.

Tal como já acontece com as revistas New in Setúbal e New in Oeiras, a New in Seixal está estruturada por diversas secções como Novidades, Comida, Cultura, Compras e Fora de Casa. Na secção Radar, os leitores poderão tomar conhecimento de novas lojas ou restaurantes bem como realizar pesquisas específicas.

Jaime Martins Alberto, publisher da NiT, afirma: “Apesar da pandemia nos ter obrigado a adiar o lançamento de revistas New in noutras cidades do país, foi importante termos fechado uma parceria com a Câmara Municipal do Seixal para termos o projeto no ar antes do final do ano”, considerando ainda que “numa altura em que as empresas atravessam uma fase tão difícil, é fundamental existir um site que seja capaz de promover os negócios junto de uma audiência tão grande”. E acrescenta: “Pela experiência que temos noutros projetos do género, a New in Seixal será um sucesso imediato. Agora, os moradores do Seixal vão finalmente saber o que está a acontecer no final da sua rua, qual o restaurante novo a que devem ir e onde podem levar os miúdos no fim de semana.”

New in Seixal torna-se assim no mais recente projeto da MadMen, que detém ainda os títulos NiT, NiTfm, NiTtv, New in Oeiras e New in Setúbal.

Trabalhadores da Lusa com greve marcada

Corte de 29,65€ nas remunerações, relativo à rubrica ‘subsídio de transporte’, criada há mais de 20 anos e atribuída a todos os trabalhadores, sem condicionantes, é o motivo do protesto.

Os trabalhadores da agência de notícias Lusa decidiram por maioria, no passado dia 3, avançar para a realização de greve, nos dias 13 e 14 de novembro, de acordo com a resolução do plenário.

No dia 23 de outubro, uma nota enviada pelo presidente do Conselho de Administração, Nicolau Santos, dava a conhecer que o subsídio de transporte passava a ser de 40 euros, o que representa um corte de quase 30 euros.

Em plenário de trabalhadores realizado na terça-feira, dia 27, os trabalhadores da Lusa exigiram ao Conselho de Administração a suspensão imediata da decisão relativa a este corte, ameaçando com greve. Segundo a resolução do plenário, citada pela Lusa, o corte “significa menos 326,15 euros por ano no rendimento dos trabalhadores”.

O Sindicato dos Jornalistas, entre outros sindicatos, apoia a decisão dos trabalhadores da Lusa.

A estrutura acionista da única agência noticiosa portuguesa é constituída pelo Estado (50,14%), Global Media Group (23,26%), Impresa SGPS, SA (22,35%), Notícias de Portugal, CRL (2,72%), Público Comunicação Social, SA (1,38%), RTP, SA (0,03%), Primeiro de Janeiro, SA (0,01%) e Empresa do Diário do Minho, Lda (0,01%).

Audiências do Fact checking na TV

O fact checking, ou verificação de dados, diz respeito ao trabalho jornalístico investigativo de confirmar e comprovar dados e afimações divulgados nos meios de comunicação social e nas redes sociais, tendo por objetivo detetar erros, imprecisões ou mentiras.

Segundo João Canavilhas e Pollyana Ferrari (2018) [1], “No século XXI, a informação mediada por um dispositivo móvel não é apenas privilégio de alguns, estando presente na vida de quase 65% da população mundial. Os conceitos de fake news e pós verdade saltaram para a ribalta porque atualmente a informação chega quase em simultâneo com a ocorrência do acontecimento, grande parte das vezes filtrada por amigos ou algoritmos adaptados aos hábitos de consumo e localização do usuário. Novos mídias, novos atores e consumidores cada vez mais imersos na presentificação proporcionada pelas telas permitem ao consumidor sentir-se protegido pela teia humano-algorítmica que o rodeia, reduzindo os mecanismos de alerta em relação à veracidade da informação que recebe e, dessa forma, abrindo a porta a notícias falsas e à era da pós-verdade.”

Ainda em Fact-Checking: o jornalismo regressa às Origens, João Canavilhas e Pollyana Ferrari questionam “Mas como reconhecer uma notícia falsa? O usuário está preparado para identificar as fake news? E o que fazem os jornais e as redes sociais para evitar a sua circulação?”

Em novembro de 2018, Fernando Esteves, jornalista com experiência em meios como o Euronotícias, O Independente ou a revista Sábado, onde foi editor de Política entre 2005 e 2017, fundou o projeto Polígrafo, que se propôs a acompanhar “um conjunto alargado de personalidades cujas intervenções têm relevância pública. Falamos de políticos, de comentadores, de “influenciadores”, de artistas e até de agentes do meio desportivo. O critério é sempre o que resulta do cruzamento da projeção das suas palavras e do interesse público que elas representam.”

Em abril de 2019, a SIC, em parceria com o Polígrafo, criou o formato Polígrafo SIC, um programa de fact checking com periodicidade semanal, apresentado por Bernardo Ferrão, subdiretor da SIC e SIC Notícias, com transmissão às segundas feiras, inserido no Jornal da Noite, da SIC e com repetição na SIC Notícias.

Em setembro de 2020, também a TVI fez parceria com o Observador, o primeiro órgão de comunicação social nacional a integrar a International Fact-Checking Network (IFCN), do Poynter Institute for Media Studies, criando o formato Hora da Verdade. A Hora da Verdade conta com uma rubrica diária, com pelo menos um fact check a uma notícia do dia, e com uma versão alargada do programa, à sexta feira, inserida no Jornal das 8, apresentada pro Pedro Benevides, ex-editor de política do Observador e atual subdiretor de informação da TVI, e por Hugo Matias, jornalista da TVI e TVI 24, desde abril de 2005. A Hora da Verdade conta, também, com o Laboratório da Hora da Verdade, onde Marco António, jornalista de televisão desde 2002, em permanência na TVI desde 2006, testa dicas e conselhos amplamente partilhados nas redes sociais, com o intuito de verificar a eficácia, a funcionalidade e a validade dessas mesmas dicas e conselhos.

Analisámos as 5 últimas emissões de ambos os programas, por forma a descobrir qual tem maior aceitação entre os telespetadores. Uma vez que ambos têm uma versão alargada e apenas o Hora da Verdade, da TVI, tem rubrica diária, restringimos a nossa comparação à versão semanal de cada um deles.

Nas últimas 5 emissões, o Polígrafo SIC teve, em média, 1 475 209 telespetadores na sua transmissão no canal generalista. O dia com melhor audiência, dentro do período em análise, foi o dia 12 de outubro, com 2 528 903 de telespetadores. Neste episódio, estiveram em análise temas como “António Costa ainda é acionista do Benfica?”; “Tribunal de Contas: princípio tem sido o da não renovação de mandatos?”; “Procuradoria europeia: Governo não nomeou magistrada escolhida por júri?”; “OE 2021: impostos indiretos não aumentam?”; “Apoio às empresas: lay-off custou 1.9 mil milhões até agosto?”; “Ventura ataca Bloco de Esquerda: bloquistas têm candidatos com ficha criminal?” ou “Vacinados podem contagiar outros?”, entre outros. No sentido inverso, o dia com menor audiência do Polígrafo SIC, nas últimas 5 emissões, foi o de 02 de novembro, com 1 032 606 de telespetadores, onde, entre outros, estiveram em análise temas como: “Camas COVID-19 no SNS: Costa e Temido divulgaram números diferentes?”; “COVID-19 nos lares: brigadas de intervenção rápida já estão a operar?”; “Uso obrigatório de máscara na rua: Chega propôs em abril e foi contra em outubro?”; “Uso de máscara: reduz oxigénio e pode causar problemas cognitivos?”; “Proteção da COVID-19: máscaras azuis borrifadas com químico nocivo?”  ou “Despiste da COVID-19: testes PCR são “bullshit”, como escreveu Ronaldo?”.

Já o Hora da Verdade teve, em média, 933 178 telespetadores nas últimas 5 transmissões do seu formato alargado, em canal aberto. O dia com maior audiência foi 30 de outubro, com 979 109 telespetadores, e estiveram em análise temas como “Máscaras cirúrgicas são “borrifadas” com químicos prejudiciais para a saúde?”; “A vacina pode matar mais que a COVID?”; “Ajuda de 1700 milhões do Estado à TAP é o dobro do que custou a medida do Layoff?”, “30% das vagas para médicos ficam vazias, como afirma o Bloco de Esquerda?” ou “Angela Merkel disse que tinha ‘muita pena’ dos portugueses?”, entre outros. No sentido inverso, a transmissão com menor audiência no período em análise foi a de 9 de outubro, com 824 903 telespetadores. Nesta emissão, estiveram em análise temas como “Hospitais privados fecharam as portas quando a população mais precisou de cuidados de saúde?”; “Donal Trump e os números da gripe no USA” ou “Carregar na tecla ‘cancelar’ no Multibanco evita burla?”.

Ambos os formatos têm transmissão nos canais informativos da SIC e da TVI, embora com horários de transmissão muito distintos. Optámos por comparar 3 transmissões de ambos, no horário late night, onde as emissões da SIC Notícias de 12, 19 e 26 de outubro tiveram, em média, 67 262 telespetadores, sendo que a emissão mais vista foi a de 19 de outubro, com 89 183 telespetadores e a e menos vista foi a de 12 de outubro, com 45 819 telespetadores. Já as emissões de 10, 16 e 24 de outubro da TVI 24, no horário late night, foram vistas em média por 45 324 telespetadores, com a emissão mais vista, a 10 de outubro, a ter 68 282 telespetadores, enquanto que a menos vista, a 16 de outubro, reuniu apenas 25 732 telespetadores.

Importa referir que a transmissão da Hora da Verdade, na TVI 24, no período Daytime – entre as 10h e as 15h30 – motivou um grupo substancialmente maior de telespetadores. A emissão de dia 16 de outubro, que reuniu apenas 25 732 telespetadores no late night foi vista, em média, por 121 306 telespetadores na sua emissão das 15h. Do mesmo modo, a emissão de dia 24 de outubro, pelas 11h30, reuniu 69 962 telespetadores, enquanto que a emissão do programa na mesma data, em late night, foi vista por apenas 41 957 telespetadores.

A análise Cision apresentada baseia-se no número médio de telespetadores que assistiram a cada programa de TV.

Fonte de dados: CAEM/GfK

[1] Canavilhas, João e Ferrari, Pollyana (2018) – Fact-checking: o jornalismo regressa às origens, Editorial Sulina.

IFE lança revista “Sustentável”

A IFE, filial portuguesa do grupo Abilways, empresa europeia multiespecializada no desenvolvimento de competências e soluções de aprendizagem, que detém as revistas Distribuição Hoje, Enovitis, Logística & Transportes Hoje, Veterinária Atual, Saúde Oral e Vida Rural lança agora em banca a revista Sustentável.

A Sustentável dedica-se às questões ambientais e de sustentabilidade. Alguns dos temas abordados são o consumo ético, a descarbonização, a desplastificação, a economia circular e a sociedade 5.0. Dirige-se aos profissionais do mundo rural com interesse pela área ambiental.

Com uma periodicidade semestral e um custo de seis euros, a Sustentável inclui um site, uma newsletter semanal e tem presença nas redes sociais.

Isabel Martins é jornalista e diretora da Sustentável. Especializada em jornalismo agrícola é a cara da mais antiga e prestigiada revista profissional do setor, a Vida Rural.