A Associação Nacional de Vendedores de Imprensa (ANVI) solicitou audiências aos Ministérios da Cultura e da Economia, para debater a questão da taxa extra da distribuidora Vasp, permanecendo com a intenção de boicote à venda de jornais e revistas, previsto para os dias 18 e 19 de junho.
Em causa estão as taxas diárias de €1,50, acrescido de IVA, de segunda-feira a sábado e de €1,00, aos domingos, que a Vasp conta passar a cobrar, a partir de 4 de julho, aos cerca de 6.500 postos de venda de jornais e revistas, como forma de comparticipação dos custos de transporte, entrega e recolha das publicações, o que representará um valor mensal superior de €300.000,00 e, de acordo com o que defende a ANVI, por um serviço de distribuição do qual a Vasp já lucra, através das respetivas comissões junto das Editoras.
Em comunicado divulgado pela Lusa, a Associação refere que “requereu esta semana pedidos de audiência ao secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media (Ministério da Cultura) e secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor (Ministério da Economia) sem que tivesse, até à presente data, sido confirmada a disponibilidade daquelas secretarias de Estado para reunir e apoiar a situação de fragilidade dos pontos de venda”.
De acordo com a ANVI, “a par dos referidos pedidos de reunião”, a associação “entrou já em conversações com a Vasp para que suspenda de imediato a intenção de aplicar as referidas taxas adicionais sem que até ao momento tivesse recebido a confirmação por parte daquela empresa que aceitaria desistir da referida cobrança prevista para o próximo mês de julho”.
No dia próximo dia 28, a Vasp irá reunir com o Governo, com o objetivo de encontrar uma solução “para a grave situação que a distribuição e todo o setor estavam a atravessar devido à quebra de vendas”.
Paulo Proença, presidente da Vasp, defende que a empresa “foi aguentando os prejuízos da operação” durante a pandemia, “sempre pedindo apoio ao Governo no sentido de se tentar encontrar uma solução” e agora “foi obrigada a tomar a única medida que podia tomar, que é pedir um esforço que também vindo a ser pedido aos editores, no sentido de comparticiparem no sentido” da empresa continuar a distribuir jornais e revistas em todo o país. Acrescentou, ainda, que são “solidários com os pontos de venda no sentido que entendemos que a questão da taxa é uma situação que vem penalizar o setor, que tem sofrido, tal como a Vasp, com a pandemia”, mas “entendemos” que o boicote “não é a melhor forma de expressarem esse desagrado porque vai ainda penalizar mais não só a distribuidora, como os editores, as gráficas, toda a cadeia de valor”. Indicou, também, que a alternativa a não cobrar a taxa será distribuir apenas nas zonas rentáveis do país, que são as grandes cidades do litoral.
Fonte da imagem: site ANVI