Carmo Afonso, Cristina Roldão, Luísa Semedo e Rogério Casanova reforçam o espaço de opinião do Público.
Após debate suscitado pelos leitores do Público junto do seu Provedor, há cerca de um ano, o jornal decidiu deixar de contar com colunas regulares da responsabilidade de personalidades com cargos políticos e partidários no ativo e apostar, ainda, em equilibrar mais a presença de mulheres no painel de colunistas, já a partir da próxima semana. A realização de eleições e o início de um novo ciclo político abriu a oportunidade para colocar em prática a decisão.
“Os princípios que nortearam as escolhas dos novos colunistas são os mesmos de sempre: a procura de opiniões singulares, que reforcem o pluralismo e enriqueçam o debate democrático, que se enquadrem nos princípios essenciais que o jornal inscreveu no seu estatuto editorial e no seu Livro de Estilo, que sejam capazes de captar a atualidade e obedeçam a elevados níveis de qualidade literária”, refere o Público.
De saída está Rui Tavares, um colunista de referência do jornal, que deixará de ocupar a sua coluna, na última página da edição impressa, uma vez que foi eleito para a Assembleia da República, nas listas do partido Livre. Para o seu lugar, o Público convidou Carmo Afonso, uma jurista que se dedica “à defesa de causas públicas relacionadas com o ambiente, o património histórico e cultural, a democracia e as causas progressistas”. Carmo Afonso é igualmente argumentista e autora de colunas em jornais como o Expresso, que agora deixa.
Enquanto promotor da diversidade da sociedade portuguesa contemporânea, o diário contará, primeira vez, com duas colunistas afro-descendentes: Cristina Roldão e Luísa Semedo. Cristina Roldão é socióloga, professora na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal e investigadora do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE. Luísa Semedo é doutorada em Filosofia pela Universidade de Paris-Sorbonne, escritora e professora de filosofia no secundário. Foi docente na Universidade Clermont-Auvergne da cadeira de “Criação e Gestão de Associações e ONG’s”.
Para a coluna de opinião no suplemento de domingo, P2, a aposta é em Rogério Casanova, o pseudónimo de uma personalidade rica, multifacetada e dona de uma escrita límpida e vibrante. Rogério Casanova colabora com a imprensa desde 2008, com passagens pelo Expresso, Observador, Diário de Notícias e revista LER. Reincide na sua passagem pelo PÚBLICO. É autor dos livros Pastoral Portuguesa (2009) e Trabalhos de Casa (2013). Traduziu Jane Austen, Flannery O’Connor, Patricia Highsmith, Robert Louis Stevenson, James Wood e George Saunders. Leciona, desde 2016, um seminário na pós‑graduação em Artes da Escrita, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Quanto aos colunistas que permanecem em colaboração com o Público, “Da esquerda à direita, mais progressistas ou conservadores, a sua continuidade justifica-se à mesma luz das escolhas dos que, entretanto, se lhes juntam: garantir aos leitores do PÚBLICO a expressão do pluralismo e da diversidade que fazem a riqueza da sociedade portuguesa contemporânea”, indica o jornal.