Desde 21 de setembro que os meios de comunicação social independentes têm à sua disposição o site MediaIndependentes.pt. Criado e gerido por Mário Rui André, que é também co-fundador e diretor do site Shifter, este novo projeto pretende ser um ponto de encontro dos vários projetos independentes de comunicação social e um “veículo de divulgação desses mesmos media para fora dos círculos de cada um. Daqui podem surgir novas colaborações e nascer novas oportunidades”.
A ideia surgiu em plena época de confinamento causada pela pandemia Covid-19 e numa altura em que estavam a ser discutidos os apoios do Governo à comunicação social, apoios esses que não contemplam os meios independentes deixando-os numa posição frágil em termos de sobrevivência financeira. Para Mário Rui André, foi também notória a falta de união destes meios, ou porque não existe uma partilha de contactos entre eles, ou por falta de conhecimento dos projetos que existem, pelo que “os chamados media independentes em Portugal não conseguiram reclamar o seu espaço numa altura em que, como muitas poucas vezes, se falou da importância da comunicação social e da relevância do jornalismo na esfera pública”.
A plataforma MediaIndependentes.pt está organizada por diversas secções sendo que n’A Montra surge a lista dos principais media independentes existentes em Portugal, na secção Na Estante estão disponíveis os títulos que não são formalmente considerados órgãos de comunicação social, em Novidades surgem as notícias sobre os meios e, por fim, na área de Sugestões são apresentadas dicas de livrarias e de outros espaços de valorização da imprensa. O site apresenta também a definição de media independente, sendo que é considerado “órgão independente aquele em que é a própria redação a controlar o meio e os direitos de publicação do título”, ou seja, não estão ligados a “grupos de media, políticos, organizações ou empresas”, pelo que têm menos recursos.
O fundador deixa ainda, no final da apresentação do portal, um alerta: “A sociedade beneficia do jornalismo, da diversidade de órgãos, de vozes e de abordagens. Os independentes fazem e devem fazer parte dessa dinâmica”.